Don Luigi Razzano
Na representação do Belo pastor, se convergem diversas imagens evangélicas que ampliam o valor simbólico da imagem: O retorno do filho pródigo, O bom samaritano, A descida à mansão dos mortos, Cristo Rei do Universo.
Tudo acontece na altura do peito, como se quisesse recriar o pecador arrependido que agora pode entrar na Casa do Pai e fazer parte da Vida divina. Este gesto unido à forma das mãos evoca o amor paterno e materno de Deus.
O rapaz é envolvido sobre o manto de Cristo, sob o qual o seu corpo se torna uma coisa só com aquele do rapaz, como se quisesse evidenciar que Ele se reveste da pobreza da humanidade e a pobreza se torna o seu manto.
A procura pela ovelha perdida, leva Cristo a descer até à Mansão dos mortos, para recuperar em Adão a humanidade perdida por causa do pecado. De fato, se podem ver com evidencia sobre suas mãos e pés os sinais da paixão. Este gesto evidência o movimento Kenótico de Cristo, seu abaixamento em favor da humanidade. Este movimento é explicitado pela cruz que envolve o globo com a qual Cristo, segundo a iconografia cristã, fecha a entrada no Sheol. É próprio aqui, que ele faz sua a humanidade pecadora, abandonada e doente, para fazer dela participante de sua ressurreição. A cruz, de fato, é também a lei da morte e da ressurreição do universo. Em Cristo, tudo morre, se renova e se transfigura.
Um dos pés de Cristo se apoia sobre o norte do mundo, querendo dizer que Ele é a estrela polar que indica a direção escatológica para a qual todo o criado se orienta, para se tornar em Cristo e com Cristo uma unidade com Deus Pai.
Do outro lado do globo, foi representado a abóboda celeste que se estende até o manto de Cristo, com as estrelas, o sol e a lua. Uma simbologia que nos diz da realeza divina de Cristo, qual Rei do universo.
Tradução, Pe. Mateus Lopes.
Texto original em italiano:
Obra de Don Luigi Razzano- Casa Geral das Irmãs de Jesus Bom Pastor em Roma-2017.
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