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Mostrando postagens de agosto, 2018

Pedras que evangelizam, Igrejas Românicas

     O estilo românico surgiu no início do século XI com o renascimento econômico da Europa, que possibilitou o desenvolvimento comercial e a expansão de muitas cidades. Neste período nas cidades e aldeias se construíram novas igrejas com arquitetura austera, sólida e elegante que se difundiram por toda a Europa cristã com algumas diferenças estilísticas locais [1] .     A arquitetura românica foi a primeira expressão artística depois da queda do Império Romano do Ocidente, ela expressou de modo orgânico uma unidade cultural com caraterísticas estilísticas que fizeram com que sua linguagem se tornasse internacional [2] . Totalmente permeada da espiritualidade cristã, não é de se estranhar que as catedrais românicas fossem o maior símbolo da Sociedade Medieval, monumento da comunidade urbana e expressão mais alta da coletividade. De fato, eram nas catedrais que o povo se reunia para rezar, mas também para tomar importantes decisões a respeito de problemas da cidade.  Entrada e

Carne da Igreja, carne de Cristo*

        Partindo da visão da Igreja indivisa Tillard, nos oferece uma visão sacramental em que a vida cristã é uma vida de Igreja, ou seja, uma comunhão eclesial. Todas as dimensões relativas à vida dos fiéis estão dentro dessa dinâmica da vida eclesial vivida como uma comunhão constitutiva da identidade cristã, e é explicada teologicamente em referência à Eucaristia.   Neste sentido, a Eucaristia não é apenas uma fonte de graça que eu, como indivíduo, me aproximo quando estou com sede, mas é um evento sacramental onde a Igreja que está em um determinado lugar, manifesta a sua natureza de reunir a diversidade humana em Cristo que a reconcilia com o Pai e com si mesma.   Para viver a vida cristã como comunhão, é preciso deixar-se possuir por Cristo. Mas o relacionamento com Cristo é inseparável do relacionamento com os outros. Portanto, é precisamente um gesto de comunhão e não de fusão, porque no coração deste processo, que é um processo de salvação, encontra-se a

Quando as paredes da igreja, se tornam testemunhas da fé vivida,  guardada como dom precioso, é impossível não tomar consciência que pertencemos a um Corpo;  aquele de Cristo morto e ressuscitado por nós. Diante do sagrado silêncio, o coração faminto grita. As paredes se tornam carne que a boca cheia de fé come com o beijo santo  que sacia o ventre habitado pelo Espírito que comunica e dá vida,  segundo a fome de cada homem e mulher.  Para viver de fé é preciso ter a boca grande.   Pe.Mateus Lopes

Cristo, o Belo Pastor

    As duas primeiras imagens são de Hermes Crióforo! Hermes se distinguia dos outros deuses pelas asas nos pés e pela sua vasta cabeleira, sinal de sua beleza. Responsável de atravessar os mortos, embora belo carregava sobre as costas a morte, não era capaz de dar a vida. Contudo, os primeiros cristãos embora rejeitassem o Clássico, viram na imagem de Hermes o antítipo do Bom Pastor. O Bom Pastor, ou melhor como nos ensina João no seu Evangelho, o Belo Pastor, é aquele cuja beleza não se encontra nos cabelos, nem na perfeição formal das virtudes, mas se encontra no assumir a morte e a humanidade, a feiura do pecado para dar-nos a Vida Nova e em plenitude.     Somente assumindo a nossa humanidade pecadora  se fazendo um de nós, Ele pôde nos comunicar a vida, que nos faz viver como filhos do Pai. As duas últimas imagens são do Bom e Belo Pastor. Sabemos disso porque enquanto  os cabelos de Hermes se sobressaem pela beleza, os do Belo Pastor se misturam com os pelos da Ovelha que

Monograma de Cristo

   Monograma de Cristo ou Chi Rho é uma combinação das letras do alfabeto grego que formam a abreviação do nome de Cristo. Seu uso é pré-cristão, mas os cristãos orientais começaram a usá-lo partir do século III como uso privado. Sua difusão foi a partir do Edito de Milão em 333, onde o Imperador Costantino permitiu que o culto cristão se tornasse público. SIMBOLOGIA : O Eterno simbolizado pelo círculo ⭕️ significa que Deus em Cristo entrou no tempo e no espaço, que aparece aqui através do quadrado 🔲 que representa os 4 cantos da terra. Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem se encontra no centro coroado pelo Pai com a coroa da vitória. Ele é o vencedor sobre a morte e o pecado, por isso recebe do Pai a coroa imperecível da Glória. Ele é o centro do mundo, somente por meio dele recebemos a vida. Unindo Céu e terra, eternidade e tempo concede a todos os seres humanos, de todos os tempos e lugares de participarem da sua Divina-humanidade e nele se tornarem verdadeiramente,

O Labirinto de Dedálo

    A figura deste enigmático labirinto se encontra na entrada  sa Igreja de São Martinho na cidade de Lucca na Itália. À sua direita encontramos a seguinte inscrição em latim:HIC QUEM / CRETICUS / EDIT DEDALUS EST / LABERINT / HUS DEQ(U)O NULLUS VADERE QUIVIT / QUI FUIT / INTUS / NI THESEUS GRATIS ADRIANE STAMINE IUTUS que se traduz: “Este é o labirinto construído por Dedálo de Creta do qual ninguém que entrou pôde sair exceto Teseu ajudado pelo fio de Ariadne “.  Este símbolo enigmatico nos chama atenção e nos faz perguntar: Porque um símbolo pagão foi colocado na entrada de uma igreja cristã?  É dificil encontrar uma resposta.  Mas podemos afirmar com toda certeza que se trata de uma alegoria para a vida espiritual. Os cristãos na Antiguidade eram mestre em interpretar símbolos, porque diferente de nós hoje, para eles o símbolo não significava alguma coisa, mas era uma realidade que fazia parte da vida, do cotidiano.  Portanto, era uma realidade vivencial profunda na qual se en